Atendendo a vários pedidos, vou falar um pouco do Mercado de Tsukiji ou chamado em japonês de TSUKIJI ITIBA e não “Tsukiji Shijou”. Situado no centro de Tokyo e dentro de 11 Centrais de abastecimentos, Tsukiji é o maior e o mais movimentado de todos. Também é a maior Central de Abastecimento de Atum do planeta. E claro, é isso que atrai turistas do mundo todo a partir de matérias gourmet, guias de gastronomia e outros.
Com cerca de 230.000 m2, o Mercado de Tsukiji abriga mais de 1000 empresas, onde 820 só de pescados, movimentando bilhões de dólares e pessoas ao ano. Fora que é um labirinto andar pelo complexo alimentício e nas áreas maiores, não dá tempo para a “educação”. Quase fui atropelado mais de 10 vezes e todos os japoneses gritando comigo em vários palavrões.
Na área de pescados, avistei uma fileira de atuns sem a cauda. Era como se eu coubesse dentro de um peixe de tão gigante que era. Com uma fina camada de gelo, pois os peixes são congelados instantaneamente nos navios para conservar. Daí que um dos compradores estava abrindo um atum. Com faca? Com uma espada e mais longa que a de um samurai. Com 5 pessoas segurando o cozinheiro-comprador parte o atum, para que ele possa ver por dentro. De certa forma, é um negócio arriscado. Imagina pagar uma fortuna que pode custar R$ 1.200,00 o kilo e ver que é uma merda? Mas não.
Os olhos treinados de um profissional não erra. Era um tinto. Uma beleza em degradê. Deveria ter kilos de Torô. E ainda gentilmente o chef me deu a raspa que ficou na espada. Juro que queria um bom shari (arroz de sushi) e shoyu, para provar aquela raridade. Mas não. Ao colocar na boca, sabe quando você tem a vontade de chorar de tão bom. É cremoso, doce, gorduroso, derrete, persistente, é puta que pariu!! E as vieiras? Wassabi fresco. Ouriços, lulas, pargos, melões mais caros que um iPhone!! E as maças? E mais um monte de coisa? E a porra do bolso??? Haja grana!!!
Os olhos treinados de um profissional não erra. Era um tinto. Uma beleza em degradê. Deveria ter kilos de Torô. E ainda gentilmente o chef me deu a raspa que ficou na espada. Juro que queria um bom shari (arroz de sushi) e shoyu, para provar aquela raridade. Mas não. Ao colocar na boca, sabe quando você tem a vontade de chorar de tão bom. É cremoso, doce, gorduroso, derrete, persistente, é puta que pariu!! E as vieiras? Wassabi fresco. Ouriços, lulas, pargos, melões mais caros que um iPhone!! E as maças? E mais um monte de coisa? E a porra do bolso??? Haja grana!!!
Há vários pontos que você pode fazer aquela refeição e tudo muito fresco. Áreas de lazer, museus da gastronomia, você pode comprar os ingredientes mesmo não sendo atacadista, fora as atrações constantes de entretenimento. Você encontra de tudo!! Um paraíso gourmet para os cozinheiros. Mas não se esqueça que por mais famoso seja o local e um ponto turístico, o local é de trabalho. Não se pode pisar dentro sem seguir as regras. Imagina você visitando a torre de um aeroporto e: “Ih, apertei um botão e apaguei um monitor.” e causa uma tragédia? Já viu, né? Só que...
Em 2008, o acesso para a parte (e a mais interessante) de leilão de atuns foi proibida para turistas. Cercado de um cordão, só se podia ver de longe. Vou explicar o porque. Imagine você em um ambiente super barulhento, milhares motores de refrigeração ligadas, empilhadeiras correndo para lá e para cá, milhares de comerciantes e carregadores caminhando, coitado dos leiloeiros tem que ficar berrando. Diferente dos leilões tradicionais, são os interessados que determinam o valor e o leiloeiro é o que berra o preço informando os outros. Para isso, o comprador se comunica com gestos, onde cada dedo corresponde à um número. E esse sinal é tão sutil, que quem não for comprar, tem que ficar imóvel.
Aí chega um turista bem de perto e levanta a mão ou faz um gesto semelhante e o leiloeiro pode confundir com um comprador. E lógico que a coisa é tão rápido que os valores não são anotados. Bagunça geral e tem que recomeçar.
Isso provocou uma ira entre os comerciantes e funcionários da central na época, que proibiram o acesso dos turistas nessas áreas. Porém a coisa só piorou. Em outras áreas como de hortifruti, granjeiros e tal, como todo turista mete a mão nos ingredientes, brincam, pegam na mão ou no colo para fotos, resultou na proibição geral em 2010.
Isso causou a ira em vários países envolvendo governos e embaixadas, que não tiveram tempo para avisar. Muitos turistas e principalmente os mais educados, foram altamente prejudicados. Torram uma grana preta para ir ao Japão e não poder visitar um dos pontos mais visitados do país? Mas a culpa é de quem? De meia dúzia que não sabem se comportar!!
Então a Tokyo Metropolitan Center, criou a visita monitorada, onde guias que falam inglês fluente, dão as explicações detalhadas, rigor nos horários, onde se pode fotografar, e muitos outros detalhes. Não interessa se você é uma pessoa pública ou celebridade. Está na casa dos outros, se submeta às regras. Não põe a mão, é não põe a mão, porra!!
Dessa forma, para quem tiver a oportunidade de conhecer o Japão e ir até o Mercado de Tsukiji, lembrem dessas observações. Na verdade isso vale em qualquer lugar. Respeitem as regras, para que não comprometa o lazer que pode durar por vários anos.
Recomendo a visita para quem é apaixonado por gastronomia, sem frescura, quem trabalha no ramo, crítico sério de gastronomia e afins. Para curiosos, vá para outros milhares de pontos turísticos, leve a namorada para o não tão interessante subida na Torre de Tokyo, vá fazer compras em Akihabara, paraíso tecnológico ou lojas de departamentos que a mulherada adora.
E aquela idéia da excursão guiada para o Japão com visita as fabricas de sake? Quando sair pode incluir o Tsukiji eim... E me avisa... Gostei muito do Blog. Um abraço
ResponderExcluirOlá Hugo
ExcluirPois é, não tá nada fácil organizar a Caravana do Adegão ao Japão (ih rimou). Mas com certeza, o Mercado de Tsukiji já está dentro do roteiro e o passeio será no estilo militar: "Corre, não toca em nada!!! Vem mais pra cá!!!" HAHAHAHAHAHAHAHAH
Valeu pelo comentário!!
Abraços
Adegão,O